terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cartola

Cartola trabalhou em diversas atividades, mas, de bandeja, nos deixou uma enorme riqueza imaterial com seus tantos bons sambas!

Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola (1908-1980), é considerado o maior sambista da história da música brasileira.

Na Mangueira, conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça e outros bambas, e se iniciou no mundo da boemia, da malandragem e do samba.

Com 15 anos, após a morte de sua mãe, terminou o primário, abandonou os estudos e foi trabalhar de servente de obra, quando passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento e ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".

Com um grupo de amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, fundou a Estação Primeira de Mangueira e compôs também o primeiro samba para a escola de samba: "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, nas vozes de famosos como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas.

Porém, no início da década de 1940, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre esse período, pois brigou com amigos da Mangueira, ficou muito doente e abateu-se com a morte da sua companheira Deolinda.

Em 1956, trabalhando como lavador de carros em Ipanema, Cartola foi achado pelo jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que o levou para cantar em programas de rádio e o fez compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, ele foi redescoberto por novos intérpretes.

Em 1964, o sambista e Dona Zica, sua nova esposa, abriram um restaurante, o Zicartola, que promovia encontros de samba e reunia a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. Mas, logo, o Zicartola fechou e o compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.

Somente em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo e sua carreira tomou força novamente com clássicos como "As rosas não falam", "O mundo é um moinho", "Acontece", "O sol nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem me vê sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de aço", "Alvorada" e "Alegria".

No final da década de 1970, Cartola mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até morrer, em 1980.

(Foto: Google)

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