quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Arthur Friedenreich

Num jogo de vida ou morte entre o São Paulo e o Guarani, a equipe do São Paulo, obrigada a vencer, chegou ao intervalo com uma igualdade que desesperava seus torcedores. No meio da pressão aos jogadores, um torcedor do tricolor paulista abeirou-se ao goleador Arthur Friedenreich e disse que lhe pagava um conto de réis (muito dinheiro na época) por cada gol que o atacante marcasse no segundo tempo. Logo no primeiro minuto da etapa complementar, Friedenreich fez o primeiro, a seguir o segundo e, pouco depois, o terceiro. O torcedor, desesperado pelo rombo na carteira, implorou-lhe que parasse, mas, “El Tigre” replicou-lhe, dizendo: “Só mais um, de choro”. Assim foi, fez o quarto e só aí parou de marcar, sendo que, mal acabou o desafio, rapidamente foi cobrar o dinheiro ao torcedor tricolor. Assim era Arthur Friedenreich, um dos primeiros grandes goleadores do futebol mundial.

Arthur Friedenreich.

Nascido a 18 de Julho de 1892, em São Paulo, Arthur Friedenreich era filho de um emigrante alemão e de uma afro-brasileira, sendo, assim, um dos primeiros grandes jogadores mestiços do futebol brasileiro.

Durante a sua longa carreira de 26 anos, passou por diversos clubes como o Germânia, Ypiranga e Flamengo, mas, foi no Paulistano e, também, no São Paulo, onde jogou entre 1930 e 1935, que assumiu sua posição de maior destaque.

Maior goleador da Liga Paulista por nove temporadas, o atacante marcou mais de 1.300 gols na carreira. E isso, havendo muito menos jogos para disputar do que hoje em dia. Goleador nato, o atacante era muito mais do que um simples marcador de gols, era um desequilibrador e um jogador com grande capacidade tática e técnica, o que o destacava dos demais.

Jogou na Seleção do Brasil por 22 vezes, marcando 10 gols, conquistando duas Copas América e só não participou da primeira edição do campeonato do mundo, em 1930, porque existiu uma divergência entre as federações de São Paulo e do Rio de Janeiro, impedindo que os melhores jogadores paulistas pudessem viajar até ao Uruguai.

Apesar disso, Arthur Friedenreich sempre haverá de ser lembrado como um dos maiores jogadores do mundo. Em 1925, numa excursão do Brasil pela Europa, foi intitulado pelos europeus como o “Rei do Futebol”.

(Foto: Google)

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