segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Fagner e a fera


Além das artes e do futebol, Fagner nutre uma grande paixão por animais, sobretudo por seus cães. Negão, de saudosa memória, até já figurou em encarte de um de seus discos. E tem mais: tem a Malina, o Popó, a Catita, a Princesa e por aí vai, em infinitas ninhadas... Malina é famosa (até na televisão por Xuxa foi citada) e impossível. Aviso: para ela se requer atenção e cuidados redobrados. Inesperadamente, ela pode, com seus afagos nada ortodoxos, pregar monumentais sustos aos incautos visitantes. Popó, agora o chefe do grupo, era um cãozinho frágil. Depois da partida do Negão, a natureza o brindou com a força da vida e atualmente é um belo e vigoroso cão. Quando novinho, para fazê-lo sobreviver foi preciso concedê-lo forçosamente uma das tetas de sua mãe. Falando em mãe, Catita hoje em dia é uma. Deu a luz a três lindos rebentos. Princesa vive em Orós e faz jus ao seu nome.

Bem, mas deixemos um pouco todos esses detalhes pra lá. O curioso é que Fagner, quando criança, foi atacado e mordido por um cachorro. Por conta dessa mordida, levou várias injeções na barriga. Daí, nada mais natural para ele do que o medo desses animais. Pois bem, vou contar como Fagner superou esse medo.

Antes de possuir sua casa de praia, Fagner hospedava-se num hotel em Beberibe, onde habitualmente reservava três chalés. Um para ele e os outros para receber seus convidados. Os chalés tinham entrada privativa e independente à principal do hotel. Ela se fazia através de um grande terreno que tinha como guardião um feroz cão. Esse cão, de ferocidade inigualável, quando solto, fazia qualquer ser, por mais destemido que fosse, desistir da ideia de por lá passar.

Aconteceu o seguinte. Fagner, voltando ao hotel, não me recordo se do bar do Zé Maria ou da Galega, resolveu por fim à sua fobia. Numa atitude de coragem, meteu-se na jaula da fera e pôs-se a conversar com ela, cara a cara, afagando a sua cabeça e conquistando-a, franciscanamente. Para a surpresa de todos, a fera rendeu-se ao intrépido ato de carinho e, desde então, Negão tornou-se seu animal de estimação.

Estavam lá, de prova: eu, Wiron, Falcão e Facó – aquele que dizem ter marcado o primeiro gol do PV, o Estádio Presidente Vargas.

(Foto: Acervo Raimundo Fagner)

Nenhum comentário:

Postar um comentário