domingo, 24 de maio de 2015

Valeu, boi!


Nem bem tinha inteirado um mês de namoro e Osmilton já estava armando para a namorada. Ora, era quarta-feira, dia de Clube do Vaqueiro, quer dizer, dia de derrubar umas novilhas! Daí, resolveu dar um traço na ingênua amada. Foi à casa da inocente e, se fazendo de debilitado, conversou.

- Oi, gata...
- Ô, mozim, que foi que houve?
- Tô com uma murrinha da gota serena... 
- Tá dodói, né?
- É...
- Pois, vamos fazer o seguinte. Vá pra casa, se deite, descanse bem e durma...
- Mas, tesouro, eu queria tanto ficar aqui namorando com você...
- Não, você não está em condição de fazer nada. Vá pra casa e não se preocupe comigo, que eu vou é estudar para uma prova de OSPB que vou ter amanhã, bem cedo, no colégio.
- Sendo, assim, santinha, tá bem, vou seguir sua orientação.
- Beijo, mô...
- Beijo, mozim...

Então, de cabeça baixa, fazendo-se troncho, Osmilton saiu se segurando de euforia! Montou na moto emprestada e seguiu em direção à avenida Jovita Feitosa. Quando se afastou da casa da namorada, deu um berro e zarpou com mais de mil rumo ao Clube do Vaqueiro! 

Chegando ao seu destino, Osmilton parou numa banquinha próxima à entrada do clube, fez graça, contou piada, tomou um trago de cachaça, passou a mão nos beiços e adentrou à festa, que estava bombando. Mas, para seu espanto, teve uma surpresa nada agradável! Numa mesa de pista, quase no gargarejo do palco, seus olhos descobriram a sua ingênua namorada com um copo à mão cheio até o talo de Campari, animadíssima, bailando um forró no colo dum lourão todo musculoso. Pensou: “Essa égua deve ter vindo é de jato, porque eu vim de moto, na maior carreira e ela já está aqui nessas condições, com esse galalau?!”. Decidiu abordá-la.

- Boa noite, Dona Kátia Elizabeth!
- Boa noite, Seu Osmilton!
- Que papelão, hein?
- Osmilton, estou ocupada!
- Isso é coisa que se faça?
- Osmilton, por favor!
- Que falta de absurdo!
- Osmilto, vá embora!
- Vou mesmo!
- Amanhã, se quiser, apareça lá em casa que a gente conversa! 
- (Ah, égua...). Falou baixinho, consigo mesmo. 

No dia seguinte, depois de numerosos ensaios de tirar a namorada da cabeça, Osmilton rendeu-se ao que mandou seu dorido coração. Mal o dia escureceu, lá estava ele na casa da garota. 

- Que bonito, hein, dona Kátia Elizabeth?! 
- Osmilton...
- Sim?! Diga!
- Osmilton, se você veio aqui pra namorar, pode sentar, que a gente namora. Agora, se você veio pra brigar, pode dar meia volta e capar o gato!

Os pombinhos Osmilton e Kátia Elizabeth namoraram, ainda, por longos três meses!

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