quarta-feira, 15 de julho de 2015

Jumentos


Muito se tem falado sobre a visita de dois jumentos ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. A cena, que mostra a ilustre dupla, lépida e fagueira, saindo do saguão do terminal de passageiros, corre o mundo pela Internet e recebeu destaque pela relação do equipamento com a fauna do seu entorno, onde é abundante a presença de jericos. 

Sobre o assunto, lembrei da música “Apologia ao Jumento”, de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, cuja letra de José Clementino diz:

É verdade, meu senhor
Essa estória do sertão
Padre Vieira falou
Que o jumento é nosso irmão
A vida desse animal
Padre Vieira escreveu
Mas na pia batismal
Ninguém sabe o nome seu
Bagre, Bó, Rodó ou Jegue
Baba, Ureche ou Oropeu
Andaluz ou Marca-hora
Breguedé ou Azulão
Alicate de Embau
Inspetor de Quarteirão
Tudo isso, minha gente
É o jumento, nosso irmão
Até pr'anunciar a hora
Seu relincho tem valor
Sertanejo fica alerta
O dandão nuca falhou
Levanta com hora e vamo
O jumento já rinchou
Bom, bom, bom
Ele tem tantas virtudes
Ninguém pode carcular
Conduzindo um ceguinho
Porta em porta a mendigar
O pobre vê, no jubaio
Um irmão pra lhe ajudar
Bom, bom, bom
E na fuga para o Egito
Quando o julgo anunciou
O jegue foi o transporte
Que levou nosso Senhor
Vosmicê fique sabendo
Que o jumento tem valor
Agora, meu patriota
Em nome do meu sertão
Acompanhe o seu vigário
Nessa terna gratidão
Receba nossa homenagem
Ao jumento, nosso irmão

(Foto: Google)

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