segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Dinâmica dupla

As loiras.

Marceneiro, compositor musical e assíduo candidato a vereador, o multimídia Jocélio convocou o aguerrido Paulo Rossi, seu fiel escudeiro de alongadas noitadas, para encarar um baile num famoso clube do Bairro Antonio Bezerra. Para tal programa, escondido de sua braba dona encrenca, o afoito Jocélio também convidou duas espilicutes vizinhas, que davam o maior dez dançar nas abrasadoras brincadeiras pela periferia da então adolescente cidade de Fortaleza.

Quando chegou na festa, o quarteto se avexou em pegar uma boa mesa de pista. No palco, a atração era um conjunto musical que fazia o maior sucesso por ter participado muitas vezes do programa Show do Mercantil, exibido nas tardes dos sábados pela TV Ceará Canal 2. 

Aí, a festa começou a pegar fogo e, dando uma amarela desculpa às vizinha de um “peraí, que a gente volta já”, os truviscados Jocélio e Paulo Rossi partiram para uma volta pelo lotado e sortido salão de dança. Para encanto e surpresa deles, toparam com duas turbinadas loiras – uma graúda e outra miúda –, que abusavam de animação e exuberância! 

No passo “dirigindo Kombi”, Paulo Rossi começou a dançar separadamente com a mais graúda. Jocélio começou "jogando bambolê", para depois puxar a miúda ao modo “rosto colado”. Aí, a música passou a ser lenta, quer dizer, romântica. Apagaram-se as luzes e o ambiente tornou-se propício à prática do velho e famoso pino. 

No entanto, quando Jocenildo grudou no corpo da miúda, sentiu alguma coisa graúda se avolumar entre as pernas dela! “Puta merda, é um traveco!”, ajuizou. Largou a “menina” e meteu o pé na carreira para alertar Paulo Rossi que, em tamanha concentração e intimidade, não lhe deu confiança, pois já beijava de língua e trocava o chiclete de boca com a “garota”! 

Jocenildo, então, com o rabo entre as pernas, voltou à mesa e encontrou as vizinhas morrendo de se abrir. De uma, levou uma melodiosa vaia; da outra, um avacalhado peido de boca!

Na semana seguinte, a caminho do ponto do ônibus para realizar um trabalho de marcenaria em uma clínica dentária da Aldeota, Jocenildo foi abordado por uma das sorridentes vizinhas: 

- E aí, Jocenildo... Como vão as coisas?
- Bem.
- Tem visto o Rossi.
- Sumiu.
- E as loiras? [rindo]
- Ah, amiga, tão no freezer gelando! Apareça lá em casa que a gente toma elas e a patroa ainda faz um tira-gosto que é só o mi! Desconversou.

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